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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Caminhar é inevitável; Escolher é perceber...



Caminhar é inevitável; Escolher é perceber...
Ricardo Guarnieri

Não tem mais jeito, o ano já se iniciou. Os planos todos acabaram de cair no meu colo e por isso não é mais promessa, porque sempre que passa a nostalgia do fim de ano, o ano novo é implacável. Agora não basta mais uma lista de sonhos, é preciso realizar, ou então, jogar para o próximo e aí quem sabe... Sonhar novamente.
Bom, seja pro ano que vem ou pra esse mesmo, a vida continua e as questões não se findam, ao contrário, quanto mais questões elaboro, outras mais se multiplicam. Por isso mesmo resolvi uma delas, ou seja, enquanto filósofo não tenho pretensão nenhuma em responde-las, mas escolher quais são as mais pertinentes e prazerosas que me debruçarei.E a educação continua sendo uma das minhas escolhas, talvez a que mais respostas eu tenha e com infinitas questões a se pensar e agir (pelo menos ainda).
Num outro dia, assistindo um documentário numa TV educativa qualquer, falavam sobre a educação do Canadá (algo como “Charbonnel”). Alguns pontos me chamaram à reflexão, visto que a educação ainda que feita localmente, sua dimensão está para o universalmente.
De tudo que foi falado nessa reportagem, dois axiomas me fizeram parar para pensar, e na visão dos seus idealizadores pelo contexto eles se complementariam. Esse é o ponto do meu objeto de refutação, ou seja, para mim esses dois axiomas são antagônicos e não complementares.
Vamos a eles então:
1- É preciso toda uma cidade para educar uma criança; 2- Precisamos ganhar tempo.
1- Concordo quase que plenamente, porque além de toda a cidade também precisamos da zona rural (quase extinta pelo agronegócio, é só uma questão de tempo). Temos também as sociedades tribais (raras, mas com muito conhecimento gratuito a nós civilizados da cidade moderna). Deixando esses detalhes de lado diria que só poderemos ter uma educação integradora e integral quando toda a polis participar ativamente das decisões e reflexões acerca do presente das nossas crianças (obviamente que para isso, não podemos todo começo de ano apoiar as nossas maiores preocupações na compra do material escolar, tampouco no reajuste das mensalidades escolares que foram acima da inflação).
2- Educação e ganho de tempo não se comungam. Essa é uma seara que somente a lerdeza pode trazer bons frutos. O seu sabor está para cozinha vagabunda e descompromissada e não para os fast foods da vida. O sabor suculento e tenro se faz no tempo certo, nem mais nem menos. Claro que já passou do tempo de reavermos a nossa educação, mas não será com esse sabor sonso e emplastado que saborearemos a boa comida, cardápio este, oferecido aos mais pobres pela indústria educacional vigente. É óbvio que, essa não é a sua mesa, pois eles tem se servido muito bem a custa de gerações de imbecis e ignorantes que formamos em nossas universidades (trabalhar com educação no Brasil tem sido uma das piores funções, enquanto que investir nela, somente para profissionais).
Duas questões acerca disso:
1- Como a educação pode ajudar nossas crianças em seus sonhos, criações, liberdades, etc., sem a interferência adultera do “salve-se quem puder”?
2- Para que tanta pressa se no final vamos chegar todos em um único lugar?
O que importa aqui não é o lugar aonde vamos chegar, mas qual o caminho trilharemos nessa busca...