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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Comer, Rezar, Amar...e Trepar




Ricardo Guarnieri

        Lembro-me como se fosse hoje das minhas trepadas, ah! como era bom trepar. Preferia as coloridas, mas na falta delas trepava nas menos suculentas mesmo. E contar essas trepadas é sempre muito bom, afinal, não sei porque cargas d`agua falar do passado é sempre muito mais superlativo.
        Quando começo a me lembrar, ou melhor, contar as minhas trepadas memoráveis, percebo o quanto elas foram melhor quando contadas do que realmente foram de fato ( Isso existe?  De fato nào sei)... É uma coisa louca. A capacidade que temos de reformar o passado é a solução para a desmedida de um presente que se pretende de um futuro esparançoso de dias mais coloridos.
        Penso que faço isso hoje porque já não trepo mais com tanta frequência, pra falar a verdade trepo muito pouco perto daquilo que já trepei, se fosse comparar, acho que já me esqueci de como é que se trepa.
        Bom, quando tenho oportunidade ainda trepo, me sinto muito bem, outro dia mesmo trepei no estacionamento da câmara legislativa de Alagoas, foi muito bom.
        E as trepadas memoraveis? Lembro de uma vez que fiquei tanto tempo trepado e comendo que depois me entupi todo, daí o problema, dias e dias pra se recuperar daquela trepada. Teve também uma outra que trepei e voyerizei por horas, afinal tinha um sujeito que eu não queria vê-lo, então fiquei esperando ele ir embora, e enquanto isso, eu lá trepado.
        Tinha um lugar que eu adoravar trepar, era na casa da minha vó, ela ficava louca, achava que eu poderia me machucar, era uma trepada perigosa, pois o objeto de desejo era muito grande, mas pra isso bastava que eu rezasse um pouco, e ali todos os meus anjos de guarda me protegiam (pelo menos era isso que eu temia) por isso gostava de trepar escondido dela, quando se dava por conta, já estava eu lá trepado.
        O que eu mais gostava de fazer nas minhas trepadas era comer até me lambuzar e ficar todo molhado, era o melhor, principalmente quando pegava aquelas carnudas e molhadinhas, aquilo era o nectar dos deuses. Lembro-me como se fosse hoje, primeiro ficava paquerando, pensando em como comê-la, nas estratégias possíveis de abordagem, e daí o bote, nossa! era maravilhoso, principalmente quando aquilo que o olho via era muito mais do que aquilo que imaginara no momento do gosto experimentado...era uma explosão de sabores, um gozo esprirrado e expremido que chegava a vazar pelos cantos da boca e do nariz, ficava com a cara toda lambuzada depois de todas aquela comilança e chupança.
        Uma dúvida...
        Por que já não trepo tanto mais? Com certeza não foi por que parei de comer, penso até que minhas experiências foram muito mais diversificadas depois que rezei menos, mas comer, isso sim, comi muito mais, mas com muito menos trepadas.
        Outro dia assisti a um filme, que por sinal o título era a primeira parte do título deste. Vejam e sintam essas palavras.
1-   “Vivemos infelizes por ter medo de mudanças”.
        Será que é por isso que eu não trepo mais tanto assim? Medo do meu desempenho já não ser mais o mesmo?

2-  “Lembra quando disse que deveríamos morar juntos e sermos infelizes para podermos ser felizes?”
        As vezes queremos ficar trepados por mais tempo, para dar aquela última comidinha e rezando pra ninguém aparecer e nos atrapalhar,  e não nos tocamos que já deu, que o tempo acabou, e é hora de descer pra poder trepar outras vezes, ainda que não seja mais na mesma.

3-  “Um antigo amor que você não quer esquecer...queremos que as coisas continuem as mesmas, vivemos infelizes por ter medo de mudanças de ver nossa vida acabar em ruínas.”
        Pois é, a gente se acostuma com aquela suculenta comida e daí modela todas as outras, primeiro erro, pois não olhamos mais para as fransinas. Ledo engano, pode ali estar o suco mínimo da explosão máxima dum pequeno detalhe que nossos olhares viciados não perceberam. Viciamos o nosso olhar  naquilo que nosso estômago mais tarde expurgará com uma bela gastrite, é o chamado “o olho maior que a barriga”.

4-  “Ruínas são um presente, são o caminho para a transformação”
        É incrível, fazemos de tudo para conquistarmos a ordem, a lei, a honestidade, a estabilidade, o progresso, mas é a subversão, a provocação, a paixão, o acaso que transforma a vida, e se assim não o fosse, não treparíamos nos romances, não comeríamos nas poesias e não rezaríamos nas nossas musicas.
        É da ruína que vem a nossa inspiração criativista, é o caos que nos leva a pensar no impensável, porque a mornidade não passa de um chá das cinco, no máximo algumas bolachas secas. (a explosão invasiva na boca, essa jamais)...
        Um sujeitinho desdentado chamado Ketut diz o seguinte em sua última fala, “As vezes, perder o equilíbrio por amor faz parte de viver a vida em equilíbrio”. Eu sei que muita gente diz que o segredo da vida está no equilíbrio, chancelado por gente muito boa inclusive. Aristóteles mesmo dizia que a felicidade estava no caminho do meio, na mediania. 
Mas quer saber?
        Como era bom trepar naquela mangueira enorme e suculenta; naquela jabuticabeira pretinha e doce como um mel; na goiabeira vermelha ou braca mas melosa e lisinha; enfim, o melhor de tudo era trepar e nem pensar em cair, rezar e acreditar já era o suficiente, bastava, e por fim das contas o que nós queríamos mesmo era comer e se empanturrar, sem nenhum tipo de equilíbrio, até porque, isso nem existia na nossa consciência...Eu pelo menos amava tudo isso (Será que aindo sou capaz de amar?)...
        Pelo menos eu trepo, sempre que posso, claro (não muito)...

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A casa caiu...


A casa caiu...

Ricardo Guarnieri

Diz a letra de uma música popular, “Se a casa cair, Deixa que caia.” Estamos iniciando um novo ano, qual não importa muito, afinal são todos muito parecidos (é só assistir aos notociários dos anos anteriores), ao menos em relação as desgraças recorrentes as chuvas de janeiro e fevereiro.
Vamos então as notícias, totalmente frescas: Desmoronou seis casas no morro da Tijuca; Duas casinhas são alagadas no Morumbi e deixa 2 pessoas desabrigadas; Ronaldinho ainda não sabe se prefere R$ 1,8 milhão num clube qualquer ou R$ 1,2 milhão num clube do coração, enquanto isso os torcedores fazem suas vaquinhas acotovelantes.
Alguém poderia se perguntar: Mas, afinal, o que tem a ver os desmoronamentos e alagamentos no Rio e São Paulo com o possível retorno de Ronaldinho para o Brasil?
Nada e tudo, mas sinceramente prefiro assistir ao jornal Hoje e ver as notícias mais importantes nessa sexta-feira (qual também não importa, afinal são todas...).
Quero deixar minha opinião sobre esse “episódio”:
Notícia 1: Professor é agredido por aluno com um soco no olho depois de ter sido reprovado em 4 disciplinas (ele era reincidente).
Notícia 2: A moda deste verão será o cinto sobre as camisetinhas, alternando as cores e você estará na moda (desculpem-me se não dei conta de todos os detalhes da reportagem).
Detalhe importante: as duas notícias foram sequenciais.
Ah, mas com um pequeno bisbliotar, a primeira durou menos que a segunda, e enquanto isso nossa querida Sandrinha passa de uma reportagem para outra como sempre, ou seja, intacta, eleganterríma (melhor não opinar).
De novo: O que isso tudo tem a ver com a primeira parte de notícias? E mais: Do que realmente estou querendo tratar com tantos assuntos de uma única vez? Será que os sujeitos-telespectadores têm condições de analisar todas essas situações e formar suas opiniões?
Opinião?: Do quê? Para quê? Por quê? Como assim? Isso realmete é necessário?
De repente sim ou não. Talvez para formar algum conhecimento. Já não sei o que sei, mas o que me importa mesmo é o seguinte: Como corintiano vou torcer pro Ronaldinho vir para o Corinthians, pelo menos teremos os três Rs no timão, o terceiro eu deixo pro desabrigados e alagados.
A revolta de ver meu companheiro de olho roxo é muito grande, por isso vou pegar uma camiseta qualquer e comprar um cinto lindo para espairecer a minha cabeça...
P. S. Em tempo: “Se a casa cair”, tomara que você não esteja debaixo dela, se não você não terá como dizer, “deixe que caia”.