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segunda-feira, 27 de maio de 2013

Quantos Vadicos terão que morrer?

 
 
 
Quantos Vadicos terão que morrer?
Ricardo Guarnieri
        Essa é só mais uma pergunta para as estatísticas, entretanto não pra mim e mais meia dúzia de gatos pingados. Sei que todos os dias são muitos deles que se vão em nome do progresso ilimitado, enquanto a vida, essa sim limitada.
        Quais seriam os motivos? Quem se importa com os motivos?
        Novamente as estatísticas elucubradora de políticas publicas de algum órgão responsável pelo melhor caminho. Mas é uma pena, porque a vida não se refaz depois de um segundo de descuido. A vida não perdoa, nem sequer um segundo, ao contrário do relógio que pode voltar ou adiantar, o tempo da vida tem lógica própria, e não pára um minuto sequer, ao mínimo descuido com a jóia rara... acabou, ou simplesmente, fim de linha.
        Não é hora de buscar culpados, afinal antes mesmo do seu fim, o culpado já está condenado. É o maldito sono que nos é roubado pela faca da cultura do parcelamento e do desenvolvimento, afinal, todo trabalhador merece ter o seu carrinho zero, ainda que esse custe alguns anos de sono.
        A matemática é simples: quanto mais tempo se ganha, menos vida se sobra. Será que alguém ganha com isso? Talvez. Mas não vamos ser simplistas e achar que o senhor simplesmente é o culpado pela pressão que exerce sobre o tempo do corredor. Isso  seria muita afetação esquerdista.
        Obviamente que a vida para o senhor exige menos riscos, afinal ficar atrás de uma mesa e pressionando ao telefone é menos arriscado. Talvez não muito menos pela face oculta das bolsas mundiais que estão ditando todos os absolutos valores.
        Por outro lado não podemos deixar de pensar em nossos irmãos do norte, que viajam em verdadeiras maquinas mais potentes, mais confortáveis e mais seguras.
A matemática é simples novamente, enquanto nossos irmãos do norte levam 22 toneladas em 600 cavalos e 5 eixos, nós aqui no sul levamos 60 toneladas em 500 cavalos, com 9 eixos. Sobre a infra-estrutura e catracas livres prefiro nem comentar.
Novamente, não vou simplesmente eleger um culpado, mas com certeza precisamos parar e pensar (apesar de que não acredito muito nessa hipótese). Enquanto isso, vamos prorrogando mais um pouco as leis que protegem o lado mais fraco da história (o que não tem nada de anormal, inclusive dizem que nem existe o lado mais fraco).
A pergunta que insiste é. Quantos Vadicos ainda terão que morrer? Na verdade essa não é a pergunta, mesmo porque Vadicos, Joãos, Pedros, Luizas são apenas ornamentos nessa engrenagem toda, e Chaplin lá no começo do século em seu Tempos Modernos já tinha nos alertado sobre a questão. Idiota somos nós, que insistimos com questões anacrônicas ao sistema.
Falar mal do sistema, questioná-lo, criticá-lo está fora de moda, é tão piegas que é possível ser excluído da rede. Por isso admito... Me rendo!
O senhor motorista dormiu. E que isso sirva de alerta aos outros, quando estiverem como sono, parem, e durman, nem que isso te custe alguns reais, afinal a vida vale muito mais do que qualquer carro zero, ainda que a novela das 9 insista, seja forte, você sempre será mais forte do que tudo e contra todas esses besteiras publicitárias que nos insistem através dos nosso filhos, esposa, vizinho, 3000 inserções diárias,  enfim, assuma sua culpa e deixe o mundo rolar.