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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Professores muitas felicidades


 
Professores muitas felicidades
Ricardo Guarnieri
Vamos comemorar, é o nosso dia, ao menos um deles nos foi reservado nessa loucura toda. Hoje recebi mensagens singelas e otimistas quanto a nossa profissão. O que seria da sociedade se não fosse o professor? Aquele que inicia todas as outras profissões. É o alicerce da nossa sociedade, afinal, uma casa sem uma boa base, cai.
Enfim, vou deixar todos os elogios desse grande dia para aqueles que gostam de nós e nos aplaudem sempre que podem.
Também vou deixar os imperativos e axiomas por conta da sociedade e seus homens de bem e autoridades sobre a nossa imprescindibilidade nesta que tanto ajudamos a construir.
Idiossincrasias a parte, pensei em destacar alguns pontos importantes a fim de lembrarmos o porquê, de comemorarmos esse dia que seria injusto passarmos em branco:
- Depois de uma luta secular conseguimos aprovar o piso salarial de abrangência nacional, isto é: 2,33 salários mínimos por uma jornada de 40 h/s.
- Apesar de a ciência ter conquistado o espaço, a Lua e agora Marte, ainda estamos discutindo qual o numero ideal de alunos por sala. Em relação à quantidade de alunos por professor ainda nem tocamos nesse ponto, afinal, uma coisa de cada vez.
- Agora os pobres já podem comemorar, a Dilma sancionou a lei (DECRETO Nº 7.824) da tão sonhada e controversa cota social, ou seja, agora 50% é nóis mano.
- Ainda não decidimos se aprendemos melhor pelo adestramento enciclopédico ou pela conquista da autonomia, ainda que isso já tenha sido objeto de discussão de Sócrates, Montaigne, Rousseau, Paulo Freire, enfim, nós iluminados mestres ainda não temos um parecer, afinal somente quem vive dentro da sala de aula é que sabe qual o melhor caminho.
- O planeta continua muito bem obrigado, progredindo e crescendo, por isso mesmo vamos investir numa educação de primeira linha, pois o mercado de trabalho precisa dos melhores e a escola sabe como fazer isso. Aos retardatários: inclusão neles.
- E pra finalizar. Noutro dia, uma aluna do curso de pedagogia (estagiária de um colégio privado) chegou a mim e disse. __ Sabe professor, agora lá na escola temos um refeitório, é no porão, bom, pra nós professores não, só os funcionários, assim ninguém incomoda os alunos na hora da recreação.
Não sei por que, de repente me veio a cabeça Castro Alves, “Sê pobre, que importa? Sê livre... és gigante,” por isso navegar não é preciso quando tudo está na imensidão da emergência imersa de um navio colorido.
           
            Tim tim, é o nosso dia e tudo que menos temos que comemorar...