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domingo, 29 de março de 2015

Por mais que eu queira é bom continuar querendo...

 
 
Por mais que eu queira é bom continuar querendo...
Ricardo Guarnieri
        Posso sentir o final a cada texto, mas ainda assim insisto em escrever, na verdade pensar, porque escrever está cada vez mais difícil. Esse blog tinha a finalidade de fugir do banal, mas acabou banalizado, ou melhor, eu banalizei.
        Outras vezes quero dizer o impossível, criar uma identidade própria, talvez isso seja um pleonasmo.  Mas não consigo fugir das gavetas cartesianas. O blog tem uma finalidade; as Laudadas têm outra; o Animal Inventado tem esperado há anos; os contos têm sobrevivido razoavelmente bem, apesar de toda autocrítica; os ensaios não saem do ensaio elucubrador e incompetente; e para finalizar sem muita certeza, as histórias infantis que não passam de um tempo enganador; claro que para finalizar outra vez o Parasitas, que insiste em me contaminar.
        Tem é claro a segunda coletânea de poesias mal fadadas, e obviamente o promissor e esquecido Educação e Cinismo, epistolas de grande afetividade e amizade. Enfim, promessas, angustias, mas principalmente utopias.
        Como diria Eduardo Galeano, A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.
        É isso, estou e vou caminhando, sem muita pressa de chegar. Desculpem-me por ventura aqueles que forem ler esse texto. Talvez ele não tenha nem pé nem cabeça, não que os outros tenham, mas acho que exagerei nesse, e por isso peço desculpas antecipadamente, mas precisava escrever alguma coisa para que a minha consciência ouvisse e se aquietasse.
        Na verdade nunca escrevi para os outros, não pelo menos deliberadamente, por isso não me considero um escritor, não pelo menos na acepção da palavra, do consenso, enfim e enfins. A verdade é que escrevo para matar, ou pelos afastar meus demônios. Escrever para mim é uma tortura, mas tenho ficado melhor, pelo menos tenho diminuído meus textos.
        Pode ser que tenha ficado mais prudente ou autocrítico, enfim, ufaaaa... estou melhor...