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domingo, 9 de outubro de 2011

De Pessoa a Jobs


De Pessoa a Jobs
Ricardo Guarnieri

A pergunta é uma só, mas as respostas são muitas...
Pergunta: Qual é a melhor maneira de viver a vida?
Talvez a pergunta pudesse ser feita de outra maneira, mas de qualquer forma, essa é uma das perguntas centrais da vida humana. Filósofos, cientistas, poetas, artistas, religiosos, fofoqueiros, enfim, todos espécimes de seres humanos em algum momento se deparou, depara ou deparará com essa questão.
Por isso, vou começar essa reflexão com dois “ensinamentos que li recentemente e me motivou muito em continuar essa busca pela vida.
Primeiro com Fernando Pessoa, na alma de Álvaro de Campos: “Toda a gente que eu conheço e que fala comigo/
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,/
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...”
        E para completar, o homotech mais famoso do século XXI, Steve Jobs, que disse o seguinte num discurso na academia (que diga-se de passagem, o rejeitou, coisas da academia caduca) dali pelas tantas em seu discurso ele diz o seguinte: “Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração.”
        No primeiro ensinamento, apesar de certa arrogância do poeta, percebo uma escolha pela altivez, pela força, enfim, pela vida. Uma escolha que não cabe coadjuvante na empreitada da vida, porque nessa, apenas os “bons” sobreviverão.
        Já no segundo ensinamento, com mais sutileza e ao mesmo tempo com muita força, a escolha é pela vida, enquanto a morte não passa de um mero detalhe, afinal o que importa é a sua impressão e não aquela que podem ou farão de você. E o fato da nossa condição de nudeza é justamente o ponto forte da intuição e das escolhas do coração.
Isso vem apenas a corroborar outro ensinamento, do filósofo Pascal que diz: “O coração tem razões que a própria razão desconhece”
Dito isso, termino com as minhas questões?
É obvio que não, afinal estou vivo e enquanto estiver vivo continuarei a perguntar, acho que a Clarice Lispector já disse algo parecido.
Mas o que fazer quando um tipo Aristóteles diz que não há nada que se pense o que falemos que já não tenha sido pensado ou dito em algum lugar.
Ainda sim, ainda que não, pouco importa, pois o exercício da vida é diário e mesmo que tenhamos mil lições, cada dia é uma nova luta e para estrelar como protagonista nessa, seja como capa ou jornaleiro o importante serão as escolhas de agora.
E viva as ideias flutuantes...     


2 comentários:

  1. Olá Professor!!!
    Fui sua aluna no semestre passado do curso de pedagogia e gostaria de parabenizá-lo pelo belíssimo texto.

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  2. É bem melhor flutuar do que submergir em profundas águas. Essas águas turbulentas da hipocrisia humana onde " malandro é malandro, mané é mané" e filósofo é um sonhador criador (copiador que seja) de ideias... Mas, como escreveu Fernando Pessoa enrustido em Ricardo Reis "Do mesmo modo a vida é sempre a mesma"... E viva as ideias flutuantes. E viva os Ricardos, Fernandos e Aristóteles da nova GERAÇÃO DE COPIADORES E REPETIDORES... VAMOS FLUTUAR!!!!

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