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segunda-feira, 18 de julho de 2011

O tempo passa e a poupança continua nos ferrando, mas que saída...pagar juros de 150% ao ano??? É a saída ...

O tempo passa e a poupança continua nos ferrando, mas que saída...pagar juros de 150% ao ano??? É a saída ...
Ricardo Guarnieri

As cidades estão cada vez mais... egoístas, individualistas, enfim, valorizadas sem o menor valor. Veja o que está acontecendo, vou me apegar apenas na sua fachada.
Há um tempo atras comecei a procurar uma casa pra morar e para o meu espanto não existe mais casas “normais”, aquelas com terrenos de 10 metros de frente, bom na verdade as antigas tinham 15 ou 20, e nem precisava ser rico pra isso, mas hoje em dia isso é só pra gente muito rica, mas rica mesmo, porque até os bairros de classe média são casas com 5 metros de frente.
Antes esse tamanho era apenas pros mais pobres, algo do tipo assim, juntavam duas pessoas, e compravam um lote de 10x25 e depois dividiam o terreno em dois, e desse modo poderíamos realizar o sonho da casa própria, ainda que fiquemos pagando-a pelo resto de nossas vidas.
Mas como tudo muda, isso também mudou e agora o chamado meio lote não é mais um privilégio apenas dos “menos” afortundaos, os medianos já fazem parte da turma do meio, tudo graças ao fenômeno do inchamento das cidades, argumento utilizado pelos especuladores imobiliários. (O Brasil é muito pequeno e por isso devemos inchar o pé...).
Claro que quando você compara os meio de um e do outro existe muita diferença, principalmente pelo conforto e o tamanho da casa, verticalmente obviamente, apesar que o construcard tem feito milagres.
E nessas minhas buscas vi o impossível, não era o meio, mas o um terço, é isso, pasmem (Do quê? Isso existe?), uma casa com 3,3 metros de frente. Parei meu carro na frente da casa para vê-la e quando sai percebi que meu carro ocupava toda a frente da casa e mais um pouco a do vizinho, resultado: toda vez que fosse pra casa eu deveria guardar o carro na garagem, ou então eu ou o meu vizinho não poderíamos entrar em casa. Se for uma casa com dois carros então, piorou...
Confusão, quem entra quem sai? Se for sair primeiro e o seu estiver na frente o outro deve acordar mais cedo pra tirar o seu, e o problema é quando estiver na rua, pois não há lugar pra parar porque todos podem estar saindo e daí a sua frente já não serve de espera, até porque senão você não sai. Entenderam? Eu não...


Segundo um amigo filósofo, não, na verdade astrólogo, mas graduado em filosofia, enfim, como ele mesmo me escreveu, ...”anunciar-se filósofo é moralizar as próprias reflexões...” concordo com você, afinal dizer o que acontece ou acontecerá com você no futuro é ter a certeza dos grandes sábios que fundamentaram a nossa senhora filosofia.
E visceralmente e contundentemente eu preciso dizer, ou melhor, perguntar:
Dado que as casas estão ficando cada vez mais “grandes” e apertadas em suas fachadas, como poderemos receber os nossos amigos em nossas festividades se não temos frente para eles pararem seus carros?  
Daí outro problema, são os carros, e isso é outro privilégio que não pertence mais aos medianos, com tanto crédito na praça temos mais carros nas ruas do que crianças, até porque se elas ficarem nas ruas correm o risco de morrerem atropelada.
 Talvez eu esteja sendo mal humorado, afinal precisamos diminuir o tamanho das casas pra incentivarmos a corona solidária, imaginem você morando no mesmo prédio do Ronaldo e pegando uma carona solidária com ele, seria o máximo, só não sei se ele acharia o mesmo.
E o que uma cidade com casas de fachadas pequenas e inchadas de carros nas ruas têm a ver com as nossas vidas?
Crianças soltando pipa com cerol e motoboys decapitados?
Faixas de pedestres ornamentando ruas e motoristas com pressa de tomar banho?
Alguém pagando sua compra no caixa do supermercado e o outro cidadão conferindo suas compras com as suas já posição de ataque?
Pessoas fazendo fila de 24 horas em loja de departamento para pagar metade do preço de um produto que se dizia valer o dobro daquilo que anunciava o seu dono?
Enfim, as perguntas são tantas, mas quero voltar aquela que não quer se calar:
As casas estão mais apertadas em suas fachadas, como receber os nossos amigos se não temos frente para seus carros?  
...
Ah, era preciso economizar o tempo do amigo leitor...




3 comentários:

  1. Sabe mestre, acredito que ser filósofo ñ tem haver com ter cursado filosofia.
    O filósofo mais que raciocina, ser filósofo é tomar consciência.
    Filósofos, são chatos, tem mania de querer saber pq de tudo, "ninguém" os entende e normalmente são chamados de malucos.
    Na boa, fessor, o senhor é filósofo sim. Com a devida licença para o emprego do verbo ser aqui. Filósofo é quem busca um ponto de vista consciente da existência.
    “...A filosofia, não foi feita para os tímidos e recalcitrantes. Mas para aqueles que firmam um compromisso, que é o de nada ignorar da realidade, propositadamente.
    O filósofo tem de abrir-se inteiramente à variedade dos fatos que se apresentam, sem se refugiar em explicações prematuras. Em vez de inventar explicações, tem de esperar que a realidade as sugira e as comprove, mesmo que, nessa espera, ele arrisque ficar quase louco na confusão dos dados. Filósofos ñ são "pensadores". Pensar é fácil. O difícil é pensar as coisas como são – e para isto é preciso contrariar muitas vezes o nosso pensamento, obrigá-lo a ir para onde não quer. Chamar profissionais como Marilena Chaui de filósofo é que um ultraje a filosofia.”

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  2. Ricardo, Fada Azul, volto a dizer, de forma mais lúdica, mas ainda dita: dizer-se filósofo, ou antropólogo, ou historiador, ou qualquer etiqueta reconhecida pelos grilhões da racionalidade... enfim, nomear-se algo equivale a dividir por três o terreno da frente de sua casa. Dessa forma não cabem mais carros, nem vizinhos, nem nada. A reflexão não é exclusividade dos filósofos, é inerente ao ser humano. Qual é a diferença então, de pensarmos e pensarmos filosoficamente? Apenas a de colocarmos um muro entre o nosso discurso e a vida. Um muro construído pela calcificação dos pensamentos clássicos, que, pasmem, só se tornaram clássicos porque a elite os perpetuou. Dizer-se filósofo é aceitar o olhar complacente de quem murou a diferença entre os seres humanos, de quem cercou os terrenos, de quem se apoderou da verdade (construída como se constroem os contos de fada). Rotular-se algo é, ao mesmo tempo, calcificar-se na sombra dos muros da elite e aceitar a diferença como instrumento de poder. Lembremos sempre: filosofar é transcender a própria filosofia e, logicamente, fixar-se nela é acostumar-se com o já refletido. O filósofo é natimorto.
    Aliás, os terrenos são cada vez menores porque são correspondentes os espíritos que os ocupam. A quantidade de aulas compartilhadas que o digam...

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  3. Vcs 2 sempre deram boas aulas em sala, mas neste Blog estão chegando a excelência.

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