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terça-feira, 29 de novembro de 2011

É só no tempo que nos falta tempo...




É só no tempo que nos falta tempo...
Ricardo Guarnieri

Tempo. ? ! : ; ” ,
É implacável quanto ao seu passamento sacramentado, e não adianta chorar, o que foi, foi, e nunca mais voltará.
Que coisa é essa sem tempo que não existe? Por que contamos o e com o tempo, se no final não haverá mais tempo?
Oh, o tempo passou! - O tempo não passa mais!
O tempo: do passado ao futuro sem tempo para o presente persistente
O tempo cronológico do fenecimento dos corpos; o tempo do saborear de cada gota do gosto gostoso do gozar que a nossa memória insiste em nos castigar de doces lembranças; o tempo das crianças que um dia hão de se esvair numa outra doce recordação; o tempo dado pelas prisões das convenções sociais que hão de nos arrepender;
Não sei porque cargas d`água colocaram, colocamos o tempo entre aspas. “O tempo fugiu”... “O tempo passa”... “O tempo não volta mais”... “O tempo é a obsolescência da consciência”...
Se ainda me restasse um tempo, - Se eu pudesse voltar no tempo, - Com tanto tempo para viver, -
...
P. S. O tempo pode até ser apenas um breve suspiro enquanto vivo, pode até não existir fora da consciência humana, pode até ser rápido ou devagar dependendo do tempo e/ou espaço em que nos encontramos, isso tudo não importa, nem importará se não cavarmos o nosso tempo nessa louca vida que insistimos na miséria de tempos procrastinadres. 





4 comentários:

  1. Ricardo,o seu texto me transportou a mais ou menos 6 anos atrás, em uma conversa com um grande amigo antropólogo. Ele gostavamos muito de conversar, tempo que não volta mais. Ele com uma idade avançada contava-me muitas coisas das quais tinha vivido, a familia, viajénn e também das quais tinha se privado por questões relacionadas exatamente as convenções sociais,e ao que ele acreditava,lembro que ele me falou dos tempos e como é difícil lidar, a idade da vida,o tempo biológico, cronológico,idade social e mental, foram momentos ricos. Gostei muito do seu texto é bem interessante.

    Um grande abraço

    Cleide Vieira

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  2. É..., mais uma vez vc ababorda tão sutilmente e ao mesmo tempo de maneira intrigante um assunto que avassala muitas mentes inquietas (como a minha, vc sabe bem rsrsr). Por ironia ou qualquer coisa assim, não consegui ler seu texto antes de vc publicar como sempre o fazemos, justamente por falta de tempo. Ontem ainda conversávamos sobre as atribulações cotidianas que nos consomem demasiado tempo e eu divagando com minhas reclamações temporizadas, fundadas ou não, sentidas a cada compasso de tempo, pois para isso o tempo tem tempo né e se encarrega de nos arrebatar.
    Não ao acaso, hoje tirei um tempo do meu mundo cronometrado para ler seu Blog e pimba...caiu como uma luva. Começo agora refletir e iniciar um processo de soltar as amarras e fazer um novo tempo.

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  3. Ler esse texto me fez parar, acender um cigarro e lançar o olhar para cima como se estivesse olhando para dentro de mim mesmo,enquanto a fumaça do cigarro que descansa no cinzeiro barato se desfaz no espaço de um quarto qualquer,fico a matutar no tic,tac,do relógio que trabalha sem cessar de honórarios ignorados,e o tempo que antes passava como a garota de Ipanema, hoje é tão frenético,revelados na agitação dos metrôs e notícias emergentes e urgentes,que esquecemos de sentir o cheiro do dia do tempo que passou.

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  4. O tempo nos arrebata como se levasse consigo folhas de outono. Eis aí algo que não está ao nosso alcance: dominar o tempo... E que bom que é assim, pois considerando que ele escorrega de nossas mãos, não podemos segurá-lo e fazer dele o nosso escravo... Alguns, se possível fosse, sufocariam o tempo de tanto apertá-lo para não escapar de suas próprias digitais...

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